3. A beleza do inacabado
Há
milênios, os japoneses cultivam uma estética baseada na aceitação da
transcendência e do eternamente inacabado. Concebida como a beleza do
imperfeito, do impermanente e do incompleto, a filosofia wabi-sabi se
expressa no ritual do chá, nos arranjos de ikebana, no exercício
interminável de manter um jardim feito de pedrinhas
e areia, na qual
você desenha e redesenha com a ajuda de um ancinho. Mais do que o
resultado final, é o ritual que importa. Amar o inacabado é aceitar que
viver não se trata de atingir um objetivo – que, no fundo, a gente nunca
chega lá. O que importa é o caminho. Celebre o assimétrico, o instável.
Ninguém precisa recuperar o jardim zen que teve um dia para entrar em
contato com essa filosofia. O desafio é construir seu jardim zen
interno, espiritual. Encontrar o seu ritual eternamente inacabado, que
não tenha nenhum objetivo maior a não ser fazer você feliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário